sábado, 30 de janeiro de 2016

Cai o pano ... de novo !














Já dizia Quintiliano "o mentiroso precisa de ter boa memória".
Quantas vezes, durante a nossa vida, nos confrontámos com estas singulares criaturas ? Mentirosos.
Aqueles que nos conheciam e queriam saber de tudo, ou pretendiam saber tudo ?
Quando não sabiam ou não conheciam, inventavam, mentiam, depois, mais tarde esqueciam e desmentiam-se. Arranjavam justificações mirabolantes, descabidas, quantas vezes completamente descabidas e desfasadas da realidade ... suavam as estopinhas para manter alguma compostura, avermelhavam-se de medos e escocinhavam os cucurutos como se com isso a mentira pudesse ser mais parecida com a verdade. Mas lá acabávamos por nos quedar pacientemente a ouvi-los, por vezes com um sorriso complacente.
E depois ? ... a memória ? Essa maldita memória.
Sem memória tudo cai por terra e aí começa o drama.
Uma boa memória é também uma arma, derrota o mentiroso e favorece quem a tem.
Quem venceu ? Como saber ? Quem conhece ? E o resultado ? Bom, o resultado iremos ver no final.
Ou um ano depois ... ou agora, a mentira dizem os populares "Tem perna curta" e Passos Coelho do alto da sua imensa soberba esqueceu que nada é eterno e nada é tão difícil como esconder e manter uma mentira, mais, Passos mentiu com tudo e a todos e como bom artista que é, tornou a mentira numa arte e decidiu que não bastava apenas mentir a um , decidiu mentir a todos e, ainda, refinou essa arte de mentir, mentindo diferentemente, aos pobres dos "Tugas" mentiu dizendo que as medidas extraordinárias eram temporárias, efémeras, ao mesmo tempo, lampeiro, lá foi ele em peregrinação além fronteira para junto dos nossos "carrascos" económicos e irresponsavelmente trocou o temporário por permanente, definitivo ... que peça ! Não fosse um assunto tão grave, seria uma piada, Contudo Passos sempre foi isso mesmo, uma piada de muitíssimo mau gosto.
Passos e o seu fiel apaniguado Portas embebedaram-se do poder que lhes foi concedido, perderam o rumo da razão, rodearam-se de inúmeros "cães de fila" que a troco de pequenos tronos reinaram Portugal de forma insana e imoral, inundaram este país de mentiras e falsas esperanças e durante 4 anos institucionalizaram a mentira como um facto legitimo, fizeram da mentira o "Cavalo de Tróia" com que invadiram a nossa sociedade, renderam-nos à miséria, hipotecaram a nossa nacionalidade e remeteram para os quintos do inferno a soberania que nos era tão querida.
Como "Bom povo" que somos, os tais "Bons alunos" com que Passos inundou as mentes dos mais cândidos, continuamos religiosamente, crédulos seguidores desta farsa como se vivessemos presos numa peça teatral de Aristófanes ou Plauto, afastados da verdade e das verdadeiras realidades do país.
Mas ... Cai o pano ... mais uma vez e uma outra vez e ao mesmo tempo que o "pano cai" nós caímos também na realidade, numa realidade em nada é mais sagrado, a Mentira que afanosamente deseja ser Verdade suprema e reguladora social e enquanto isso a Verdade, essa malfadada Verdade confunde-se e esfuma-se no mais recônditos e obscuros recantos de uma memória já um tanto caduca.
Resta-nos algo ? Sim, claro que sim, espero que sim ... que acham ? Ainda temos os "ditos cujos" no sitio para reverter esta realidade ?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

TRÊS RAZÕES PARA VOTARMOS EM SAMPAIO DA NÓVOA



Esta campanha eleitoral tem estado excessivamente polarizada no candidato da direita, e as candidaturas opositoras têm caído no erro de centrar a atenção nessa figura, gastando mais tempo a criticá-la do que a valorizar os méritos próprios. A direita e o seu candidato, naturalmente, agradecem esse tempo de antena gratuito. Acontece, porém, que se há razões de bom senso e de imperativo político para não se votar no candidato da direita, também há excelentes razões, positivas e não apenas negativas, para votar na única alternativa politicamente sólida e credível. Essa alternativa é Sampaio da Nóvoa, e vale a pena enumerar os motivos pelos quais os votos que lhe dermos no Domingo não serão simplesmente votos negados à direita.

A primeira razão para votarmos em Sampaio da Nóvoa prende-se com o facto de que, entre os vários candidatos, ele é o único que reúne condições para devolver dignidade à função presidencial, uma dignidade que o actual ocupante da Presidência da República se encarregou de degradar sistematicamente ao longo dos dez anos de duração dos seus dois mandatos. Com efeito, nunca, nas quatro décadas da nossa democracia, um Presidente levou tão longe (ou tão fundo) o esvaziamento dos seus poderes constitucionais como Cavaco Silva, e nunca antes um Presidente se comportou de forma tão tortuosa e mesquinha na cena interna e tão pusilânime no cenário internacional (recordemos, como um momento dificilmente ultrapassável em baixeza, a forma cobarde como Cavaco reagiu às declarações ofensivas do Presidente Vaclav Klaus aquando da sua visita à República checa em 2010). Essa pusilanimidade só foi superada no enviesamento politicamente torpe com que Cavaco caucionou todo o ataque, protagonizado pelos governos de Passos Coelho, aos direitos sociais e laborais consagrados na Constituição, um enviesamento que culminou no facciosismo com que reagiu a todo o processo conducente à formação do governo de António Costa. Vai ser muito difícil recuperar a imagem pública e a relevância política do cargo presidencial perante os danos profundos que Cavaco lhe infligiu. Mas Sampaio da Nóvoa é a figura indicada para o fazer, dadas as suas qualidades pessoais de probidade, de equilíbrio, de sensatez e de elevação ética, qualidades fundamentais para restituir a necessária gravitas que esteve dramaticamente ausente da função presidencial nestes últimos dez anos.

A segunda razão para darmos o nosso voto a Sampaio da Nóvoa remete para a sua postura ético-política, atestada por toda a sua biografia. Tudo aponta para que Sampaio da Nóvoa seja um defensor intransigente da Constituição, particularmente no que toca aos direitos e liberdades nela garantidos e que tão espezinhados foram no passado recente por interpretações abusivas do texto constitucional e por tentativas constantes para o torpedear, às quais o actual detentor do cargo presidencial assistiu impávido e sereno, quando não de forma cúmplice. Alguns críticos de Sampaio da Nóvoa acusam-no de manter um discurso excessivamente carregado de boas intenções e politicamente inócuo. Ora, o que Sampaio da Nóvoa tem feito é insistir no primado de valores éticos essenciais ao funcionamento da nossa democracia, tanto no plano político como no plano social. E é preciso estarmos anestesiados pelo cinismo e pela desesperança, dois vírus que tomaram conta da vida nacional, para encararmos, com menosprezo, o discurso de um homem que não faz mais do que tentar reintroduzir nessa mesma vida os tais valores que a arrogância de Passos Coelho e dos seus mandantes tudo fizeram para destruir ou perverter.

Há ainda uma terceira razão para votarmos em Sampaio da Nóvoa. E essa razão consiste em podermos dar, todos nós, um contributo para tornar a democracia portuguesa mais adulta e mais amadurecida. Quando toda a comunicação social, num tom uníssono comandado pelos grandes interesses económicos que se apropriaram dos jornais e das televisões, se esforça por levar ao colo o candidato da direita, quando muitos comentadores avençados querem fazer passar como inevitável a eleição de uma figura que andou anos a ser promovida como “entertainer” nacional, e quando muitas vozes consideram impossível que os portugueses escolham um homem como Sampaio da Nóvoa, com um percurso digno mas discreto, longe dos holofotes da publicidade comunicacional, seria uma tremenda lição de democracia e de maturidade política que os eleitores dessem o seu voto maioritário precisamente a esse homem e não ao sabonete apalhaçado que a comunicação social pretende vender. Todos nós, cada um de nós, podemos contribuir no próximo Domingo para que essa lição seja uma realidade.